Batem leve, levemente,
Como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
Mas há pouco, há poucochinho,
Mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia,
nos pinheiros do caminho...
Quem bate assim, levemente,,
Com tão grande leveza,
Que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, não é gente,
nem vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há tanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente, quando passa,
os passos imprime a traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duz pezinhos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem defenidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pescador
sofra tormentos, enfim!
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!
Porque padecem assim?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.
(Augusto Gil)
3 comentários:
Amiga Maria.
Esta era obrigatório saber na escola.
Beijos querida amiga
Victor Gil
MARIA...,
ESTOU SORRINDO AO ENTRA AQUI NA SUA ALDEIA, NÃO VAI ACREDITAR, MAS ONTEM ENQUANTO A CHUVA BATIA NOS VIDROS DE MEU QUARTO, EU RECORDAVA ESTA POESIA, SÓ QUE NÃO RESCORDAVA O FINAL.
LINDA ADOREI MEU PASSEIO AQUI.
:)) BEIJJJJJJJJJJJJJJJJ
Amiga....
Bom dia...,
por ai deve estar o cenário maravilhoso de neve, por aqui, é uma chuva que não para, muito frio e á tarde volta o vento que para alé do frio parece muito zangado.
Desejo que passe um bom fim de semana.
:)) Beijjjjjjjjjjjjjj
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