Por entre temporais e desespero o povo grita e reclama,
anseia por liberdade, nova esperança, nova chama.
Este dia é inspiração, saudade e tristeza, mágoa no coração,
por falta de destreza. Já não somos o povo guerreiro, capaz de lutar por
ideais, já não temos vontades nascidas e intemporais. O marasmo do desconforto
instalou-se, entre mágoas e lamurias, perdemos a altivez, de sonhos
conquistados uma certa vez. Gritamos
como pedintes por direitos adquiridos, conformamo-nos e instalamo-nos num
patamar inferior, porque o dono é o senhor. Saudades, da gaivota que voava com
asas de vento e coração de mar. Do grito que denunciava os vampiros com ar
sisudo, e de um Hino, que nos emociona de tão belo, mas hoje como tudo tão
banalizado. A Grândola Vila Morena, sinal de partida, de união, paz, liberdade,
fraternidade, emancipação e direitos, hoje é só saudade. O símbolo existe, mas
o verdadeiro sentido das palavras perdeu-se.
Hoje mais que ontem é urgente gritar, alertar, pensar no
revés. Já não somos os soldados de outrora, vozes firmes e honestas. Somos
apenas expectadores da nossa vida, numa tela cinzenta nublada, com banda sonora
sem ritmo, expectantes, á espera de um final trágico.
25 de Abril, cravos e festejos, saudades de um passado…..Saudades
sim, porque no presente não temos coragem de gritar, de semear e fazer germinar
a semente da Liberdade, de unir vozes e vontades, cantar alto e ser audazes.
Ontem, hoje e amanha, 25 de Abril no coração.
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