sexta-feira, 25 de abril de 2014

25 de Abril


Por entre temporais e desespero o povo grita e reclama, anseia por liberdade, nova esperança, nova chama.

Este dia é inspiração, saudade e tristeza, mágoa no coração, por falta de destreza. Já não somos o povo guerreiro, capaz de lutar por ideais, já não temos vontades nascidas e intemporais. O marasmo do desconforto instalou-se, entre mágoas e lamurias, perdemos a altivez, de sonhos conquistados uma certa vez.  Gritamos como pedintes por direitos adquiridos, conformamo-nos e instalamo-nos num patamar inferior, porque o dono é o senhor. Saudades, da gaivota que voava com asas de vento e coração de mar. Do grito que denunciava os vampiros com ar sisudo, e de um Hino, que nos emociona de tão belo, mas hoje como tudo tão banalizado. A Grândola Vila Morena, sinal de partida, de união, paz, liberdade, fraternidade, emancipação e direitos, hoje é só saudade. O símbolo existe, mas o verdadeiro sentido das palavras perdeu-se.

Hoje mais que ontem é urgente gritar, alertar, pensar no revés. Já não somos os soldados de outrora, vozes firmes e honestas. Somos apenas expectadores da nossa vida, numa tela cinzenta nublada, com banda sonora sem ritmo, expectantes, á espera de um final trágico.

25 de Abril, cravos e festejos, saudades de um passado…..Saudades sim, porque no presente não temos coragem de gritar, de semear e fazer germinar a semente da Liberdade, de unir vozes e vontades, cantar alto e ser audazes.

Ontem, hoje e amanha, 25 de Abril no coração.   

 

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